Entrevistamos Bruno Lopes autor dos livros "O desafio profissional - Torne-se um profissional com excelência em 40 dias" e "Não Pare, Não Desista, Avance!" Confira abaixo:
Páginas Escritas: Quando você percebeu que gostava de escrever? Porque você escreve? E o que lhe motiva?
Bruno Lopes: Não faz muito tempo que comecei a gostar de escrever. Acredito que quando terminei a faculdade, passei a ter mais tempo vago. Aí essa paixão por escrever começou a crescer em mim! Eu escrevo porque sonho em ajudar as pessoas com meus livros, ver pessoas auxiliadas e transformadas por minha escrita é fantástico! A minha maior motivação é meu desejo de um dia ser um escritor importante, e acima de tudo, quero ser reconhecido como escritor.
Páginas Escritas: Como você se mantém inspirado? E que lugares inspiram você?
Bruno Lopes: O meu desejo me mantém inspirado, e meu lugar inspirador para escrever é na cozinha da minha casa durante a madrugada quando o silêncio é maior!
Páginas Escritas: Qual a sensação de vender um livro ou vê-lo exposto em alguma livraria?
Bruno Lopes: A sensação é de esperança que aquele livro possa transformar uma vida, que aquele leitor comente que o livro o ajudou a melhorar e a crescer.
Páginas Escritas: Você acha que um livro tem uma rentabilidade maior com o ISBN? Ou acha que livros sem ISBN vendem melhor do que os que tem?
Bruno Lopes: Há espaço para todos! Mas o ISBN agrega valor ao livro de uma certa forma, talvez para comercialização de uma boa ajuda, mas o conteúdo acaba sendo o diferencial.
Páginas Escritas: Qual a sua meta de escrita?
Bruno Lopes: Como disse, quero ser reconhecido como escritor importante para as pessoas, desejo escrever muitos livros sobre diversos temas, no momento estou escrevendo um romance!
Páginas Escritas: Como você lida com as travas da escrita, como a procrastinação, o medo de não corresponder às expectativas e a ansiedade de trabalhar em projetos longos?
Bruno Lopes: As travas da escrita e a procrastinação não são problemas para mim, pois eu me dedico bastante em tudo que faço. Sobre o medo de não corresponder eu não penso nisso, pois acredito que cada leitor interpreta de uma forma diferente, depende de cada pessoa, sei que é impossível agradar a todos. Já a ansiedade, tenho aprendido a lidar bem com ela.
Páginas Escritas: Tem o hábito de revisar seus textos antes de publicá-los? Se sim, quantas vezes faz isso? Você mostra seus trabalhos para outras pessoas ou é daqueles que gostam de mostrar quando os publica?
Bruno Lopes: Não tenho muito o habito de revisar, acredito naquela ideia e pronto! Mostro para minha esposa e meus amigos e gosto de ouvir o retorno deles.
Páginas Escritas: De onde vem suas ideias? Há um conjunto de hábitos que você cultiva para se manter criativo?
Bruno Lopes: As minhas ideias vem dessa minha cabeça maluca, de tudo que eu vejo, ouço e sinto. Não tenho nenhum hábito especial a não ser olhar as coisas com um olhar diferente, mesmo as pequenas.
Páginas Escritas: Como costuma ser o seu ambiente de escrita? Prefere o silêncio ou gosta de ouvir músicas enquanto escreve?
Bruno Lopes: Como disse meu ambiente favorito no momento é a cozinha da minha casa, no silêncio da madrugada, ali acredito ser um bom lugar.
Páginas Escritas: Para você, a escrita é um processo doloroso e desgastante, ou ela vem fácil para você? Qual o mais difícil: escrever a primeira linha ou a última frase?
Bruno Lopes: Vêm fácil, às vezes fico alguns dias sem inspiração, aí do nada surge um monte de ideias. Talvez seja a primeira, pois começar é sempre difícil.
Páginas Escritas: Quem são seus escritores favoritos? E por quê?
Bruno Lopes: Cortella, acredito que se destaca pela facilidade de expor algo difícil como a filosofia, gosto da sua forma de expor os pensamentos.
Páginas Escritas: Como desenvolveu suas habilidades de escrita?
Bruno Lopes: Na frente do computador deixando as ideias fluírem e tentando organizar meus pensamentos em palavras.
Páginas Escritas: Que conselhos você daria a um jovem escritor?
Bruno Lopes: Nunca pare de escrever, um dia de alguma forma o reconhecimento vem.
Páginas Escritas: Quais foram os desafios mais difíceis para escrever "O desafio profissional - Torne-se um profissional com excelência em 40 dias" e "Não Pare, Não Desista, Avance!"?
Bruno Lopes: O Desafio Profissional foi meu primeiro livro, a ansiedade atrapalhou um pouco, mas quando eu pude ver a obra concluída percebi que valeu todo o esforço. Não Pare, Não Desista, Avance! foi uma obra que veio com certo atraso, pois tive problemas com a editora, e só depois de um tempo consegui deixá-lo como eu queria. As duas obras são fortes, uma para o mundo profissional, outra para o pessoal, mas acredito que as duas acabam se completando com uma grande harmonia.
Páginas Escritas: Como surgiu a ideia de escrever ambos os livros?
Bruno Lopes: Essas ideias sempre estiveram dentro de mim, eu pensava em uma forma para expor tudo isso e encontrei na escrita.
Páginas Escritas: Porque o tema autoajuda?
Bruno Lopes: Autoajuda é um tema importante, porém polêmico. Muitos acreditam que não precisam ler nada nesse sentido por diversos fatores, eu não penso assim, acredito que a autoajuda possa te levar a refletir sobre pontos da sua vida, sobre uma velha opinião, sobre um comportamento, enfim... Acredito que a autoajuda seja uma ferramenta importante.
Páginas Escritas: De que forma ambos os livros influenciam a vida das pessoas? Influencia a sua e porquê?
Bruno Lopes: Influenciou sim, pois eu também me cobro para viver tudo aquilo que eu escrevi, os livros transformaram primeiro eu mesmo, aí soube que poderia publicar quando um autor escreve dizendo que aquilo pode transformar alguém, a primeira vida a ser transformada deve ser a dele! Eu vivo o desafio Profissional e Não Pare, Não Desista, Avance eu sou a prova viva que meus livros dão um bom resultado!
Autores em Evidência
sexta-feira, 26 de janeiro de 2018
terça-feira, 16 de janeiro de 2018
Entrevista Eduardo Barbosa
Entrevistamos, nesta Segunda Feira (15/01) Eduardo Barbosa,
autor de “Quatro Homens, Dois Criminosos e um Romance”. Confira abaixo:
Páginas Escritas: Quando você
percebeu que gostava de escrever? Porque você
escreve? E o que lhe motiva?
Eduardo Barbosa: Bem, eu não percebi muito cedo que a escrita era uma atividade que eu
apreciava. Foi mais ou menos com dezesseis ou dezessete anos que comecei a
rabiscar meus primeiros escritos. Eu comecei, na verdade, este processo de
escrita quando observava minha mãe ler e ela lia bastante. Sempre tinha um
livro em casa ou uma revista. Primeiro ela me influenciou a ser um leitor,
depois que comecei a ler tanto quanto ela comecei a querer ler coisas mais
específicas. Finalmente comecei a ler alguns livros desejando que os desfechos
das histórias fossem diferentes. Perceber que havia outra possibilidade de
desenvolver outro desfecho foi o gancho para pegar o primeiro caderno e
enchê-lo com páginas e páginas da primeira história que escrevi à mão!
Páginas Escritas: Porque você escreve? E o que lhe motiva?
Eduardo Barbosa: Então eu escrevo porque, acima de tudo, gosto de ler. E como amante de
uma boa história, procuro escrever aquilo que leitores como eu querem ter em
mãos. Uma história que fuja um pouco do comum. Que conte coisas de um jeito
diferente. A minha motivação parte disso. Eu não me importo com a lucratividade
do mercado, eu me importo se vou dar o que os leitores querem, se eu fizer
alguém se emocionar com um livro meu, isto é meu maior lucro e isto me motiva a
criar a próxima história.
Páginas Escritas: Como você se mantém inspirado? E que lugares inspiram você?
Eduardo Barbosa: Hum, em primeiro lugar, leio muito! Leio desde os autores atuais,
aqueles que estão na lista dos mais vendidos, quanto aqueles que estão se
publicando nas plataformas de autopublicação e volto sempre nos autores antigos
ou clássicos. Mas também assisto muitos filmes e procuro prestar atenção no
roteiro, nos diálogos, na construção dos cenários. Os lugares que me inspiram ás vezes vem de uma cena de um filme, ás
vezes vem de uma fotografia. Mas não procuro um local para escrever. Gosto de
me sentar de frente para o computador, no meu quarto e deixar minha imaginação
construir o ambiente que vamos precisar para os personagens.
Páginas Escritas: Qual a sensação de vender um livro ou vê-lo exposto em alguma livaria?
Eduardo Barbosa: É um pouco assustador e emocionante ao mesmo tempo. Assustador porque
estou expondo uma criação minha às pessoas e elas podem gostar ou odiar e
expressar isso das mais variadas formas possíveis. É emocionante porque te dá a
sensação de que alguém acreditou que você é capaz de fazer alguma coisa de
valor para muita gente.
Páginas Escritas: Você acha que um livro tem uma rentabilidade maior com o ISBN?
Ou acha que livros sem
ISBN vendem melhor
do que os que
tem?
Eduardo Barbosa: Eu
sinto que ISBN e o Selo de uma editora legitimam o escritor perante os
leitores. É como se fosse um atestado de confiança. Mas não posso afirmar se o
ISBN é em si um fator determinante para o sucesso de vendas de um livro.
Páginas Escritas: Qual a sua meta de escrita?
Eduardo Barbosa:Bem, eu não me forço a ter uma meta a cumprir por dia
ou por semana. Há dias que não escrevo uma linha e há momentos que passo o dia
todo escrevendo. Acontece também de passar uma semana inteira sem escrever. A
meta que estabeleço é de terminar o livro até tal mês. Mas nunca me cobro a
atividade da escrita todos os dias. Eu deixo o processo ser o mais natural
possível para não escrever como se fosse uma obrigação, mas uma atividade
prazerosa. Ás vezes passo o dia todo sem vontade de continuar o texto e á noite
me vejo entrando madrugada afora escrevendo sem parar!
Páginas Escritas: Como você lida
com as travas da escrita, como a procrastinação, o medo de não corresponder às expectativas e a ansiedade de trabalhar em projetos
longos?
Eduardo Barbosa: Quando eu vejo que a escrita travou, sei que não deveria estar
escrevendo naquele momento, então paro e não me cobro para voltar a escrever.
Quando tenho a ideia que quero escrever não procrastino, tenho sempre papel e
caneta por perto para anotar seja o que for, muitas vezes nem uso as anotações,
mas elas estimulam o processo de expressar os pensamentos e para um escritor
isso é fundamental.
Eu sempre tenho medo de não conseguir finalizar um trabalho como
gostaria. Mas eu lido com isso já no início do projeto criando um modo de
trabalho em que divido por capítulo cada assunto que vou tratar, como vou
inserir cada personagem na discussão e quais serão os conflitos e como vou
resolvê-los. Acho que isso ilumina um pouco a visão que tenho da obra como um todo,
sabe.
Páginas Escritas: Tem o hábito de revisar seus
textos antes de publicá-los? Se sim,
quantas vezes faz isso? Você
mostra seus trabalhos para outras pessoas ou é daqueles
que gostam de mostrar quando os publica?
Eduardo Barbosa: Sim, eu reviso. Faço revisão uma ou duas vezes. Eu gosto de enviar para
algumas pessoas que me dão a opinião delas sobre como a escrita está. Elas me
apontam os erros gramaticais, as incongruências do texto, o que não está legal
de ler. Ás vezes mudo todo um trecho com base na opinião de alguém para quem eu
enviei o texto. Eu acho sempre bom já ter uma visão do que o leitor acha antes
de publicar.
Páginas Escritas: De onde vem suas ideias? Há um conjunto de
hábitos que você cultiva para se manter
criativo?
Eduardo Barbosa: Geralmente eu mantenho uma lista de temas que gostaria de escrever sobre
eles e que não costumo ver na maioria das livrarias que visito. Procuro
associar estes temas com minhas experiências de vida.
Os hábitos que cultivo são ler muitos livros que tenham alguma coisa a
ver com o que escrevo. Então leio muito livro policial, muito livro de romance,
muito livro de drama. Entre um e outro, em algum momento paro e penso, ah, mas
e se juntássemos um pouco daquele livro com esse e aquele outro, em um outro
cenário, com personagens um pouco diferentes o que sairia disso?
Páginas Escritas: Como costuma
ser o seu ambiente de escrita? Prefere
o silêncio ou gosta
de ouvir músicas
enquanto escreve?
Eduardo Barbosa: Eu sou muito apaixonado por música! Ouço desde sertanejo raiz e
universitário, pop, até heavy metal. Mas a música que escuto precisa estar em
harmonia com o que estou escrevendo. Por exemplo, quando eu escrevia Quatro
Homens, ouvia muita música country americana, principalmente nos momentos em
que estava narrando as aventuras de um peão de rodeio que é um dos personagens
centrais da história. E estas músicas que ouço enquanto escrevo, na maioria das
vezes, insiro elas em algum trecho da escrita. Escrevo que o personagem tal
está no carro enquanto ouve tal música, de tal cantor...
Páginas Escritas: Para você,
a escrita é um processo doloroso e desgastante ou ela vem fácil para você? Qual o mais difícil: Escrever a primeira
ou a última frase?
Eduardo Barbosa: De
verdade, não me desgasta! Eu sempre acho que se o processo está desgastando é
porque se tornou uma obrigação e a escrita não precisa ser isso. Mas também não
vem fácil, tem todo um processo de organizar o pensamento e a escrita vem só
depois de saber qual a ser puxado do novelo de ideias.
A
primeira frase eu mudo várias vezes, porque é ela que me indica o caminho que
escolhi seguir. Mas a última realmente é onde eu sofro muito. A última frase,
geralmente eu não consigo escrever no mesmo momento em que escrevo o capítulo
final. Eu só volto para ela depois que fechei completamente a história, mas não
concluí o texto. Como fico um tempo vivendo mental e textualmente meus
personagens, elas me fazem sofrer quando sofrem me alegram quando têm alegrias.
Então quando escrevo a última frase é como se eu estivesse fechando uma porta e
deixando para trás alguém a quem me afeiçoei muito. É extremamente doloroso. Eu
já cheguei a chorar com a escrita da última página de um livro.
Páginas Escritas: Quem são seus escritos
favoritos? E porque?
Eduardo Barbosa: É muito difícil eu escolher um entre as tantas dezenas
que costumo ler. Eu nunca tive uma preferência por este ou aquele escritor. Eu
sempre leio pelo tema, se ele me cativa eu leio. Mas só pra dizer alguns nomes,
eu posso mencionar o Sidney Sheldon, o Conan Doyle, a Norah Roberts, a Danielle
Steel, o Dan Brown, a Agatha Christie. São os autores que mais volto neles e
releio, mas é mais uma questão de hábito, porque na minha casa sempre tem um
livro de algum deles. Eu escolho estes porque estão mais ligados com o meu
estilo de escrita.
Páginas Escritas: Como desenvolveu suas habilidades de escrita?
Eduardo Barbosa: Eu nem sempre tive acesso aos meios de escrita
tecnológicos, comecei escrevendo cadernos e mais cadernos, à mão com caneta
mesmo. Na falta de um computador era o que eu conseguia fazer. Mas isso nunca
me desmotivou. Eu terminava um e já começava outro logo depois. Eu não dominava
o português corretamente, escrevia como achava que era ou da forma que eu
conseguia. Observava muito a maneira como os autores escreviam suas histórias
para tentar imitá-los. Só consegui começar a escrever em um computador quando
entrei na universidade. E aí a cada trabalho que precisava entregar para um
professor e que vinha lotado de marcações vermelhas, fui melhorando a escrita.
Mas é um processo que precisa ser exercitado. Assim como eu lia muito, eu
escrevia muito. No início não importa saber ou não as regras gramaticais, é
preciso praticar! E ler, a leitura te garante uma expansão do vocabulário. Mas
hoje em dia, com tantos mecanismos tecnológicos de escrita o processo se tornou
um tantinho mais fácil.
Páginas Escritas: Que conselhos você daria a um jovem escritor?
Eduardo Barbosa: Parece que eu já tinha começado a responder na pergunta anterior né? Eh
eh! Bem, antes de tudo, leia e leia muito sobre aquilo que você quer escrever. Pesquise
sobre as coisas que você vai abordar em seu texto, saiba exatamente o que você
está dizendo. Isso passa confiança para o leitor e você não vai ficar perdido
tentando falar de algo que não tem certeza de como funciona. Crie seus cenários
com a ajuda da Web, use fotografias, imagens de satélite, procure descrever
seus ambientes sempre partindo da observação de algo real. A leitura fica muito
mais agradável e você consegue contextualizar para seu leitor um lugar que ele
pode visualizar e se sentir dentro da história.
Use os recursos tecnológicos a seu favor. Não consegue escrever? Vá ver
uma série, mas não se perca nela. Preste atenção em como os personagens foram
construídos, em como a história foi estruturada. Tem começo, meio e fim? Ou
não? Veja como é a construção psicológica dos personagens. Elas fazem sentido?
Os personagens tem um mesmo tipo de comportamento do início ao fim da história
ou mudam de humor completamente? Como é o cenário? Porque os personagens estão
ali e não em outro lugar?
A melhor forma de escrever uma história é como se ela fosse um filme na
sua cabeça. Imagine o seu filme. Primeiro deve haver um cenário, depois você
insere um ou dois personagens. Depois você os coloca em interação. Então comece
a descrever tudo que você vê ou sente.
Repito acima de tudo, vá buscar inspiração em filmes, em livros. Mas
leia e assista sempre de olho no ‘modo de fazer’. Ser um bom observador é o
primeiro passo para ser um bom descritor e uma boa descrição é fundamental para
uma grande escrita.
Páginas Escritas: Quais foram
os desafios mais difíceis para
escrever “Quatro Homens, Dois
Criminosos e Um Romance”?
Eduardo Barbosa: Acho que o maior desafio foi
oferecer o livro ao público! Tem esse temor de que o leitor não goste da
história ou do jeito que ela é contada e superar esse medo e ir em frente e
publicar é bem desafiador. Já com a criação da história não tive grandes
problemas. Eu já sabia desde o início como eu queria que ela fosse e como seria
a construção dos personagens, então encaro mais a parte final do trabalho, que
é a publicação como meu grande problema.
Páginas Escritas: Como surgiram os personagens Martin e Steve? Você se inspirou em alguém?
Eduardo Barbosa: As
duas figuras sempre fizeram parte do meu cotidiano, refiro-me ao peão de rodeio
que é bastante comum de vê-los na região em que nasci e o professor
universitário que faz parte do meu cotidiano há um bom tempo. A inspiração veio
das lembranças e da minha vivência com estes dois tipos de pessoas que seguem
estilos de vida completamente distintos. Você observa os detalhes do
comportamento de cada um e de repente criou alguém com um pouquinho do
comportamento de várias pessoas...
Páginas Escritas: Conte-nos como surgiu a história de "Quatro Homens, Dois Criminosos e Um Romance"?
Eduardo Barbosa: Bem,
eu queria contar um romance, mas não queria que fosse só um romance! Eu queria
alguma coisa além disso. Eu gostaria de ter uma história em que o romance não
fosse uma bandeira sendo erguida. Como sou apaixonado por livros de suspense
policial, pensei: ah! Porque não misturar os dois gêneros? Fiz isso. Eu
contaria um suspense policial com um romance como pano de fundo. Depois que
defini essa estrutura comecei a pensar em quem seriam os personagens e foi
nesse momento que lancei mão das experiências cotidianas para selecionar o que
eu utilizaria para trabalhar.
Páginas Escritas: O que você acha sobre o preconceito contra casais homoafetivos?
Eduardo Barbosa: Eu costumo
seguir a opinião do Dráuzio Varella que disse certa vez que se uma pessoa tem
problemas com o que os outros estão fazendo da vida deles, esse indivíduo
precisa urgentemente de um psicólogo! O problema está nele e não nos outros. O
preconceito faz muito mais que intimidar ou impor barreiras para a comunidade
LGBT, o preconceito mata. Ele é brutal. E não faz o menor sentido achar que o
seu modo de ser feliz, de viver a vida, deva ser seguido pelos outros. Cada
indivíduo é único e tem necessidades que são suas. E qual é o problema em ver
duas pessoas sendo felizes juntas? ´Não procuramos, todos no fim das contas, o
melhor jeito de experienciar as felicidades da vida? Eu acho que quem tem
preconceito contra um casal homoafetivo, pra finalizar, não aprendeu ainda o
que é amor, ou o que é a experiência da felicidade de compartilhar sua vida com
alguém que lhe faça bem. Quando houver mais amor na sociedade, haverá menos
preconceito. Um sempre cresce na medida em que o outro diminui. Eu sou um cara
esperançoso e acredito que as pessoas não são feitas dessa coisa cheia de
maldade que discrimina e assassina pessoas LGBT mundo afora. Eu tenho fé que em
algum dia, em vez de ser apedrejados em alguma rua, seremos todos reconhecidos
como seres humanos e passaremos da vida arranhada pelos espinhos do preconceito
para uma vida digna dentro do aconchego de uma sociedade justa e acolhedora!
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